Qual o sentido espiritual e religioso das relíquias dos santos na Igreja Católica? Leia a resposta num artigo escrito pelo Pe. R. Zambelli, reitor da Basílica de Santa Teresinha em Lisieux, França:
As relíquias dos santos não passam de sinais muito pobres e frágeis do que foram seus corpos. Diante das relíquias podemos evocar mais facilmente sua condição humana: foi com seus corpos que os santos agiram, pensaram, rezaram, trabalharam e sofreram.
Voltando ao caso de Teresinha, é uma verdade que, em presença e ao contato com A partir desses pobres sinais, seu poder de salvação se revela e se desdobra. Basta, para convencer, ler os volumens que relatam os favores, as curas obtidas ao contato das relíquias de Santa Teresinha, assim como a abundante correspondência que todo dia chega a Lisieux. Quem poderá dizer, aliás, o número daqueles que Acresce que o culto das relíquias dos santos também está aí para mostrar que estamos à espera da ressurreição. Realmente, Deus que nos deu um corpo, a partir de tão pouca coisa, é bastante poderoso para nos modelar um corpo de glória. Os restos mortais do primeiro são como que o penhor do segundo. As relíquias são um sinal desta dupla verdade. É a este título que elas são embutidas na pedra de nossos altares, lugar da presença real do Cristo Ressuscitado em todas as nossas eucaristias, onde se antecipa na fé o mistério de nossa própria ressurreição. Se houve abusos nos séculos passados, a propósito do uso e da autenticidade das relíquias, se a sensibilidade de alguns de nossos comtemporâneos é nesse ponto diferente da de nossos antepassados, é sempre verdade que o culto das relíquias teve sempre seu valor e sua razão de ser na Igreja e as festas que gravitam em torno de sua presença siginificativa sempre atraem multidões, como verificamos em Quanto à nossa atitude em relação a todos esses sinais, parece-me, em conclusão, vê-la admiravelmente descrita por Blaise Pascal nesse fragmento dos Pensamentos (944): "É preciso que o exterior se junte ao interior para obter alguma coisa de Deus: isto é, é preciso que nos ponhamos de joelhos, rezemos com os lábios, etc... a fim de que o homem orgulhoso que não quis submeter-se a Deus, seja agora submetido à criatura. Esperar apenas deste exterior o socorro é ser supersticioso, não querer juntar-se ao interior é ser soberbo". |